O estudo “The Cultural Benefits of Artificial Intelligence in the Enterprise”, realizado pelo Boston Consulting Group (BCG) em parceria com o MIT Sloan Management Review (MIT SMR), revelou que 51% das empresas na América Latina que adotam a inteligência artificial já conseguiram lucrar com essa tecnologia. Destes, em 7% dos casos, o lucro foi classificado como significativo. Em escala global, 55% viram aumento nos lucros, dos quais 11% experimentaram lucros elevados.
A pesquisa destacou também que a IA não apenas aprimora o trabalho em equipe, mas exerce um impacto positivo na cultura das organizações. Porém, desafios como a falta de conhecimento e de treinamentos especializados ainda impedem uma adoção mais ampla.
Na América Latina, 71% dos usuários de IA observaram que sua implementação aperfeiçoou a tomada de decisões em equipe, 63% relataram maior eficiência nas operações, 71% destacaram avanços na aprendizagem coletiva e 61% sentiram aumento na confiança dentro dos times. Globalmente, as organizações estão em sua maioria (52%) explorando a IA para inovação e criação de valor, enquanto 33% se concentram na otimização de processos existentes.
Na área financeira
No Banco do Brasil, a inteligência artificial tem sido uma aliada poderosa, atuando desde a conquista de novos correntistas até a identificação das insatisfações dos clientes. Além disso, por meio de um chatbot, cerca de R$ 1 bilhão em dívidas já foram renegociados, tudo isso sem a necessidade de intervenção humana.
A americana J.P. Morgan implementou o programa COIN, que utiliza IA Generativa para revolucionar a revisão de contratos legais. Com isso, são poupadas 360 mil horas de trabalho humano anualmente, otimizando o tempo de processamento e elevando a precisão e conformidade legal. Em vez dos funcionários temerem pela substituição, muitos que atuam em Wall Street, vislumbram oportunidades e acreditam que esta inovação tecnológica pode ser um trampolim para o avanço de suas carreiras.
Já o Bradesco revolucionou o atendimento ao cliente com a criação da BIA, uma assistente de inteligência artificial que vai além do esperado. Com habilidades para responder perguntas, informar saldos e realizar transações, a BIA aprende e evolui a cada interação, aprimorando sua capacidade de prever e atender as necessidades dos usuários.
Sua base tecnológica é baseada na computação cognitiva do IBM Watson, aproximando sua inteligência ao raciocínio humano, com destaque para o processamento de linguagem natural. Já em 2018, apenas um ano após seu lançamento, a BIA conquistou índices de satisfação superiores a 85%, solucionando 94% das consultas dos clientes. Onde antes o atendimento via call center podia demorar de 15 a 20 minutos, agora, as interações ocorrem em tempo real.
No caso da Mastercard, o foco foi explorar o poder da análise de dados de mídias sociais. Recentemente, implementou uma inovadora ferramenta de escuta social impulsionada por IA, o Digital Engine, que examina bilhões de interações online para detectar micro-tendências emergentes e assuntos populares em viagens e entretenimento.
Este esforço resultou em um impressionante aumento de 37% nas taxas de cliques (CTR), um crescimento de 43% no engajamento e uma redução de 29% no custo por engajamento. A Mastercard utiliza essa inteligência de escuta social não apenas para obter insights, mas também para fomentar a ideação, o desenvolvimento de produtos, engajamento da marca, monitoramento da reputação e para compreender o comportamento e as preferências dos clientes.
No Varejo
Na Leroy Merlin a inteligência artificial se tornou uma aliada para aprimorar a experiência do cliente, com o objetivo de resolver as demandas de forma descomplicada. A empresa investiu em mapear detalhadamente as jornadas dos clientes, identificando os principais interesses e eventuais dificuldades.
Com isso, foi possível desenvolver um leque de soluções que agilizam o atendimento. Quando a interação humana é essencial, ela acontece de maneira mais organizada, garantindo a continuidade e eficiência no relacionamento com o cliente.
A PepsiCo é outra gigante do varejo que implementou uma ferramenta inteligente baseada em IA para fortalecer a operação. Ao utilizar algoritmos para antecipar e administrar interrupções na cadeia de suprimentos, a empresa registrou avanços significativos em eficiência e redução de custos.
Essa aplicação de inteligência artificial não apenas vem aperfeiçoando as operações, mas também tem habilitado os líderes a ter maior foco em iniciativas estratégicas de crescimento.
No mundo online
A página inicial personalizada da Netflix é a porta de entrada para que os assinantes descubram e se encantem com novas recomendações. Empregando uma estratégia que une interesse pessoal e exploração, a plataforma não só sugere títulos que combinam com seu gosto, mas também apresenta novas possibilidades dentro do vasto catálogo.
Seus algoritmos de IA, em constante aprendizado, observam minuciosamente a interação do usuário com a página. Dessa forma, é possível personalizar essa vitrine digital, adicionando, removendo ou reorganizando conteúdos para criar uma experiência única e envolvente para cada pessoa.